domingo, 7 de julho de 2019

Sempreapedalar Syndicate | XPD 2019

5, 6 e 7 de julho de 2019

Castro Laboreiro / Ponte de Lima / Vila Praia de Âncora

Dois dias, 154 km. Da alta montanha do Parque Nacional Peneda-Gerês até à belíssima costa minhota num percurso de enduro, puro e duro.

Cota à partida: 1010 m
Cota à chegada: 5 m
Cota máxima: 1150 m
Keytas / Moustache, Vítor / Cannondale, Zé Pedro / BEEQ, Nel / Moustache, Pegatinas / Specialized, Atinamen / Trek, Jonny Jumper / Trek, Mestre Luiz / Trek
 
Dia 1 - sexta-feira, 5 de julho
Tudo o começa bem, tende em acabar bem, por isso demos início à nossa aventura numa tertúlia no café Buggy (junto à Mimecanic), seguida do empacotamento do equipamento.
Pouco mais há para contar deste primeiro dia, senão algumas horas dedicadas à logística, que culminaram num delicioso cabrito assado no forno no Hotel Miracastro, seguido de uma caminhada noturna até ao Castelo.
A logística para 8 Riders e para um percurso linear e assim longo foi complexa e morosa. Carregamos 7 bicicletas em Guimarães, recolhemos mais uma em Braga (Nel), deixamos ficar os sacos com uma muda de roupa no hotel da segunda noite, em Ponte de Lima, deixamos também um carro para assegurar o transporte de regresso, em Vila Praia de Âncora, e finalmente fomos para Castro Laboreiro, onde chegamos já de noite.
O estriante Zé Pedro, foi de mota diretamente do Porto, chegou tão cedo a Castro Laboreiro que teve tempo de travar conhecimento com metade da população da aldeia.

Na manhã seguinte, eu e o Pegatinas, acordamos uma hora mais cedo, saímos pela janela (porque a recepção e porta principal do Hotel ainda estavam fechadas) e revisitamos o castelo com a luz do dia.
E foi muito boa ideia, as vistas são magníficas!!

Demoramos pouco mais de 15 minutos a chegar ao castelo.
Outros 10 ou 15 min para apreciar a paisagem e tirar umas fotografias ...
... em grande estilo ...
E regressamos.

Mestre Luiz e Vítor, juntaram-se ao grupo apenas no sábado de manhã.
Havia ainda que tirar as bicicletas do atrelado e montar as rodas da frente.

Dia 2, sábado 6 de julho
Pouco mais de meia hora depois da hora prevista, lá saímos de Castro Laboreiro, rumo a norte.
A temperatura estava boa e o grupo animado
Entre Castro Laboreiro e o Marco n.º 2 da linha de fronteira Portugal/Espanha, o nosso percurso foi coincidente com o Caminho de Santiago.
Esta descida, logo a seguir a Portelinha foi fantástica ...
No ponto de inflexão, perto do Marco n.º 2, onde deixamos o Caminho de Santiago e a direção norte, e rumamos para sudoeste, em direção a Lamas de Mouro.
Foi aqui também que tivemos o primeiro, de muitos, contratempos.
A corrente do Pegatinas ficou entalada entre a cassete e os raios.
Primeira paragem técnica e o Vítor não perdeu tempo em meter/tirar ar dos pneus ... acho que ele não consegue resistir à tentação!
Nel deu-lhe o ciúme e também arranjou qualquer coisa no aperto do pedal ...
Reunidas as tropas lá seguimos.
Atinamen e Pegatinas, no local onde tivemos o primeiro desvio por erro de navegação ...
O caminho era divertido ... deixei de olhar para o GPS e deu nisto.
Zé Pedro, apesar da noite mal dormida, mantinha a boa disposição.
Nel e Zé Pedro
Aqui já na aproximação a Lamas de Mouro
Segundo, e último contratempo por erro de navegação, ao km 8,5 de 93 ... digamos que o navegador não esteve mal ?! 
O mais curioso é que andamos ali a arranhar as pernas à procura do caminho, com um estradão (quase auto-estrada) a menos de 100 m.
Pouco depois chegamos aqui ... o trilho marcado é em frente, muito pouco visível e com alguma vegetação, não se vê qualquer caminho no horizonte ... o que fazer?
Mantive a confiança no trabalho de casa e segui pelo percurso previsto ...
... e bem ...
... porque terá sido das melhores, ou pelo menos das mais bonitas, zonas do dia...
... descemos pelos trilhos abertos pelo gado ...
... passamos o Ribeiro da Moadoira a vau ...
... com a bicla às costas ...
... ou a pedalar ...
... e fizemos estre trilho, nesta envolvente magnífica, até apanharmos o estradão perto de Travassos, uma bonita aldeia com uma boa parte das suas casas recuperadas, aparentemente para uso turístico e/ou de fim de semana.
Entre Travassos e o Alto de Corisco rolamos pelos estradões do Parque Eólico.
Estadões sem interesse, mas com paisagens lindíssimas
Paragem técnica no Alto do Corisco
Momento de reflexão ...
Zé Pedro no início da descida para Aveleira
Atinamen sentiu-se ameaçado ...
... e o Zé Pedro aproveitou o momento em que o boi estava atento ao Atinamen para passar despercebido.
Reabastecimento de água na Sra. da Guia
Branda de Sto.António de Vale de Poldros é um conjunto arquitetónico de inestimável valor patrimonial, constituindo um ótimo exemplo de povoamento de transumância: povoados de montanha para onde os vigias (brandeiros) levavam o gado durante os meses de verão, descendo novamente às suas povoações de origem, as inverneiras, a partir de Setembro.
(fonte: site CM de Monção).
Mestre Luiz
Com tempo, visitamos as várias casas e anexos muito bem preservados.
Fantástico
Há quem também lhe chame a "Aldeia Hobbit", tanto que parece o senário do filme do Senhor dos Anéis, e vejam quem também lá esteve!
A hora do almoço estava próxima e o Zé Pedro já dava os primeiros sinais de uma noite mal dormida (partilhar o quarto com o Pegatinas dá nisto ...)
As casas maiores
Como é habitual neste tipo de atividades, nas primeiras horas e/ou quilómetros nunca há muita pressa, e tudo se faz de forma mais lenta ... razão pela qual chegara a hora do almoço e tínhamos somente precorrido cerca de 30 km, e faltavam mais de 60!!
Decidimos, e bem, almoçar em Sto. António, por duas boas razões:
1ª - No sítio escolhido, o Restaurante Sto. António, fomos muito bem recebidos, apesar de estar cheio, não deixou de nos servir nesta excelente esplanada;
2ª Outras opções passavam por Sistelo, e sendo um sábado de bom tempo, as romarias seriam o senário mais provável ... o que mais tarde comprovamos.
Além da simpatia do Dono do restaurante e do empregado, também tivemos a companhia deste mimalho canino
Aliás, animais não faltavam por ali ...
Assim, enquanto as nossas baterias ganhavam alguma carga ...
Nós fomo-nos alimentando de pão, presunto, queijo e ...
... uma deliciosa sopa de legumes.
 Foi de comer ...
... e chorar por mais.
O que pode parecer um limitação à partida, a autonomia das eBikes, desde que bem tratado resulta muito bem, porque a pausa de cerca de hora e meia a duas horas para recarregar as baterias promove momentos de variedades e bom convívio, de forma muito, muito tranquila.
Permite até, que uns durmam a sesta ...
... e outros aproveitem para coçar os t ...!
Momento em que o Luiz fez o relato da situação quase trágica que viveu, precisamente naquele local, bem juntinho daquela pedra, uns meses antes.
"Estávamos então em pleno Inverno, a chuva era gelada, o nevoeiro era denso e o vento forte. Tinha havido um qualquer contratempo com a malta mais atrasada, foi então que eu (Luiz), o Keytas e o Lima nos encostamos a esta pedra agarradinhos uns aos outros para nos protegermos do frio ... foi terrível!"
Esperava-nos a desdida para Sistelo, já a conhecia porque a tínhamos feito em dezembro passado, estava cheio de vontade. "Bora lá malta!!"
O objetivo era tirar o máximo partido de uma longa e técnica descida, mas mais uma vez fomos contemplados com contratempos ... aqui estávamos à espera do grupo que ficou a reparar o furo do Luiz.
Um pouco mais à frente, tive o meu 2º furo ... ou 3º ... (nem sei, foram 4 no total)
Tal qual uma equipa de assistência da F1, em pouco mais de 5 min já estava a rolar novamente
Nel aproveitou para se agarrar ao telefone (coisa rara ...)
O casalinho aproveitou para relembrar os bons momentos da noite anterior
Em Sistelo estava a romaria que se esperava, pelo que passamos o mais depressa possível, e nem uma fotografia tiramos ...
Nos passadiços, e onde não havia caminheiros, foi sempre a rolar a bom ritmo ...
Até que parou o relógio ao Pegatinas (outra coisa rara ...), e ...
... entrou pelo Rio Vez a toda a velocidade e, claro está, mergulhou!
Já nos Arcos de Valdevez tivemos de meter ar na roda do Luiz
E o Pegatinas aproveitou para relaxar mais um pouco (depois daquele mergulho!!)
No final da tarde, este mergulho na piscina foi retemperador ... muito bom!
As biclas ficaram arrumadas por ordem cromática.
O jantar foi em Ponte de Lima, claro está, arroz de sarrabulho.
 
Resumo do 1º dia: 93 km, média de deslocamento 14,2 km/h.

Dia 3, domingo 7 de julho
No início da manhã pedalamos junto ao Rio Lima, primeiro na margem esquerda entre Vitorino das Donas e Lanheses, até à ponte, e depois na margem direita entre Lanheses e Bretiandos.
Passamos as Lagoas de Bretiandos e "atacamos" a Serra de Arga pela encosta de Estorãos.
Duas noites a partilhar o quarto com o Pegatinas é muito duro.
Acho que fomos muito mausinhos com o Zé Pedro ... nesta manhã, não houve paragem em que ele não aproveitasse para dormir o que não conseguiu de noite.
Momento "Tony Carreira" do Pegatinas, não lhe chegou incomodar o Zé Pedro toda a noite e ainda teve de incomodar todo o grupo colocando música alta na coluna portátil que levava na mochila.
Luiz teve quase a tomar medidas ...
Alto da Portela
O "ataque final" à Sra. do Minho foi por esta trialeira. Brutal!!
Em menos de 2 km, vencemos 350 m de desnível (da 450 para a cota 800)
Muito técnica, muito difícil e exigente, arrisco mesmo a afirmar que só possível em bicicletas elétricas e mesmo assim com ciclistas com alguma experiência e técnica.
Tínhamos de parar de quando em vez para respirar fundo e recuperar o fôlego
Uma das zonas mais difíceis, não só pela irregularidade do trilho mas também ...
... pela altura do tombo, caso caíssemos para fora do trilho!!
O grupo da retaguarda (Pegatinas, Vítor e Zé Pedro)
Paragem numa zona também técnica onde tive o meu 4º furo.
Apesar do esforço imenso e intenso a cara de felicidade estava estampada no rosto de todos.
Sra. do Minho.
Consolados mas muito cansados. Ainda esperamos uns longo minutos pelo grupo da retaguarda.
Liderado pelo Pegatinas que já tinha, entretanto, travado conhecimento com um grupo de caminheiros
Vítor não cabia em si de entusiasmo!
Também aqui, na Sra. do Minho, era dia de romaria. Aquele imenso planalto esta pejado de piqueniques familiares.
Última descida ... mais um furo!
Não me lembro de actividade com tantos furos. Ou estamos muito agressivos ou andamos a comprar material muito fraco!?
Fotografia final. Meia laranja de Vila Praia de Âncora.
Só estamos dois, porque o resto do grupo deixou ficar o Pegatinas para trás sozinho e já sem bateria ... só eu esperei!
(mas valeu a pena ver aquele sorriso)
Almoço de encerramento no terraço do Restaurante Aqui Há Gato, em Vila Praia de Âncora. Muito bem servidos, uma carne muito boa, excelente companhia, boa vista, enfim ...
... terminamos em grande.
 
Pró ano há mais certamente.
Destaco pela positiva a dureza dos trilhos e acumulado de subida, já muito ajustados às nossas eBikes, e pela negativa a logística associada ao percurso escolhido, por ser linear complicou de sobremaneira.

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