Depois de almoço, enquanto as bicicletas carregavam um pouco ...
... a malta aproveitou para uma bela sesta.
Até os trabalhos de manutenção eram feitos em modo sesta ...
Os mais fortes e resistentes, aproveitaram para uma visita guiada à aldeia na companhia do anfitrião.
É de facto uma aldeia que vale a pena visitar. Muito bonita e bem preservada.
Mas quando havia uma qualquer paragem a vontade de deitar era contagiosa.
Quase na linha raiana, seguimos inicialmente para Noroeste a depois para Sul, rumo a Gimonde.
Jonny Jumper a preparar a descida que aí vinha.
Durante a reparação de um problema técnico no grupo da retaguarda, mais um momento de sesta, agora sobre o feno verde.
Enquanto o Chef S e seus ajudantes preparavam a janta, alguns arriscaram um mergulho nas águas geladas do Rio Onor, a escassos metros de este desaguar no Rio Sabor.
Por razões de proteção de dados e da boa imagem dos intervenientes, não foram recolhidas fotografias durante os banhos ...
Aqui, em Gimonde, dormimos como reis ... grandes quartos com camas confortáveis. Não pode ser sempre a sofrer!
Rabo de boi, by Chef S.
Aqui não há muito a dizer, ou quase nada, senão DELICIOSO.
Obrigado Sérgio pelo trabalho e dedicação na preparação deste magnífico repasto que nos proporcionaste.
Boa comida, bons vinhos e a melhor companhia.
Terminou em beleza este 2.º dia do XPD 2024.
Dia 3 - domingo dia 9 de junho
Gimonde / Erosa - 109,8 km e 2465 m de subida acumulada
O Grande Dia, mais quilómetros e mais acumulado de subida num território absolutamente inóspito, onde os pontos de paragem para apoio e abastecimento tiveram de ser criteriosamente escolhidos.
Alguns contratempos à saída e Gimonde, mas foram rapidamente ultrapassados ...
As travessias a vau foram uma constante neste dia, e nesta aventura.
Dia de eleições europeias, e exercemos o nosso dever na aldeia de França.
Pequeno problema técnico, rapidamente solucionado pelo nosso Chef S, que além de excelente cozinheiro é um mecânico de primeira.
Outra feliz constante desta aventura, a ausência de problemas técnicos graves, excluído a vontade própria da eletrónica da bicicleta do Vítor, mas o problema não era da Trek ...
Reabastecimento do dia, no Café MOntesinho na aldeia de Montesinho no coração do Parque Natural de Montesinho. A dona do Café, que lamentavelmente não me recordo do nome, é uma Joia, de uma simpatia contagiante.
Pedrinho arranjou um namorada nova, e a possibilidade de divórcio esteve à vista ...
Houve tempo para tudo, até para fazer companhia aos mortos.
Simetrias ...
Banquinho quente de granito, revelou-se uma confortável cama para uma soneca.
Jonny Jumper sempre a atualizar informação do seu estado físico e psicológico à família.
Bar da Junta de Freguesia de Montesinho, gentilmente aberto pelo Sr. Presidente da Junta para carregamos as bicicletas.
Este foi o maior erro estratégico desta XPD. Como o carregamento foi feito ao km 40, portanto com mais 70 km e cerca de 1500 m de acumulado para fazer, havíamos decidido que teria de ser completo. Porém, como não houve preocupação em poupar baterias até lá, o tempo de carregamento foi excessivo, cerca de 3 horas.
A subida, logo à saída da Aldeia de Montesinho, foi brutal. Um ziguezague paralelo a uma conduta de água bastante trialiero e técnico.
Chegados ao planalto raiano, a cerca de 1300 m de altitude, rondamos as barragens de Serra Serrada e Veiguinhas.
Mais uma vez, éramos nós e a natureza.
Durante os 327 km desta aventura, contam-se pelos dedos de uma mão os caminhantes ou ciclistas de que se cruzaram conosco.
Lá no alto, na linha de fronteira, esperava-nos uma descida rápida e divertida.
Vem descida, Vulcão chega-se à frente ...
As nuvens escuras sempre perto, sempre a ameaçar, mas felizmente nunca levamos com chuva forte, mas os relatos que recebíamos de casa eram de dias de tempestade.
No final de uma grande descida, um lugar único ... a Ponte das Vinhas sobre o Rio Tuela. Um daqueles sítios idílicos somente acessível a pé ou de bicicleta de montanha.
A subida da Ponte das Vinhas para a aldeia de Moimenta foi, para mim, o maior desafio desta edição. Uma trialeira, com pedras molhadas mas com alguma tração, que cheguei ao topo com o coração na boca!
Da aldeia de Moimenta rumamos a Norte em direção ao arco íris ....
... e à Fraga dos Três Reinos, um marco geodésico de grande importância simbólica, onde convergiam os limites dos reinos de Portugal, Castilha e León e Galiza.
Paisagem fantástica ornamentada com um arco íris de 180º
Três estarolas na Fonte dos Três Reinos.
Já lusco fusco, despois de 110 km, 12 horas e 40 minutos em cima das bicicletas, chegamos a La Gudiña e depois Erosa.
Não havia alternativa nem forças para nos deslocarmos ao tasco para jantar, e lá fomos em duas "cargas" na furgoneta.
Talvez fosse da fome, mas comemos uma tapas muito boas no "O Fiadeiro", em La Godiña.
Dia 4 - Segunda-feira dia 10 de junho
Erosa / Chaves - 76,3 km e 2108 m de subida acumulada.
A derradeira etapa, supostamente mais rolante e relaxada, mas a orografia não era favorável, havia dois profundos vales para atravessar, mais uma vez em terra de ninguém ...
E por algum azar, na abordagem ao primeiro vale tivemos que improvisar uma ligação ...
A observar o território envolvente.
... mas com as extraordinárias capacidades de navegação do Timoneiro, rapidamente se resolveu a questão e retomamos a nossa rota.
Mais uma, das muitas, travessias a vau.
Havia mesmo que ponderasse voltar ... mas para a frente é o caminho!
Não é perceptível, mas há meninos que tiram as botas para passar linhas de água. É um espetáculo extraordinário de ser visto!
Passagem na Ponte sobre o Rio Pentes junto às antigas Minas de Braxa.
No percurso deste dia ficamos a conhecer diversas aldeias alternadamente entre Portugal e Espanha, hoje praticamente desabitadas, outrora ligadas ao contrabando.
Na aldeia de S. Vicente paramos num tasco onde fomos muito bem servidos por gente de extrema simpatia.
Para o parque de merendas ficou somente o banho, e esse foi em grande ...
... em grande SPA ...
... em grande estilo ....
e ... em grande número!
Era tempo de carregar o material e regressar a casa.
Como nestas coisas há sempre um contratempo, e na ausência de avarias graves nas bicicletas, esperava-nos uma surpresa final ... um dos carros teimou em ficar no parque de estacionamento do Hotel Casino de Chaves o que obrigou a uma espera adicional pela Assistência em Viagem.
Foram mais de 300 km em 4 dias, quase 8000 m de subida acumulada.
Muitas horas a pedalar, algum sofrimento, paisagens deslumbrantes num Portugal, e Espanha, profundos, talvez até esquecidos, e acima de tudo muita camaradagem e amizade.
Obrigado a todos por, mais uma vez, confiarem em mim e por o imenso prazer que me dá pedalar convosco.
Um especial obrigado ao Pedrinho pela recepção em Rio de Onor e logística de carregamento em Montesinho e ao Hugo Leite da Dreamadventure pela dedicação e paciência para nos aturar e acompanhar.
O agradecimento, também ele muito especial, ao Chef S segue acompanhado de um pedido de desculpa pela precipitação e opção errada tomadas à saída da aldeia de Moimenta.