quarta-feira, 24 de junho de 2009

Grande Viagem 2009: Guimarães - Chaves

Após largos meses de expectativa e preparação, este fim-de-semana lá fizemos a nossa Grande Viagem, GUIMARÃES / CHAVES. Foram uns longos 96,100 kms percorridos no sábado dia 20, durante 13:30 (sim treze horas e meia!), das quais 9:50 foram a pedalar.
No domingo, dia 21, percorremos 37,000 Kms, quase sempre a descer, muito divertidos a uma média 12,5 Km/h. O gráfico do dia de sábado: Cota máxima 1044m de altitude junto ao marco geodésico de ANTA, muito perto da aldeia de Uz, concelho de Cabeceiras de Basto. Cota mínima173m em Guimarães. Gráfico do dia 20, domingo:
Cota máxima, à partida, 889m de altitude, em Vilar, concelho de Boticas.

Cota mínima, à chegada, 354m, na marginal de Chaves.


DIA 1 - Sábado dia 20 de Junho
Eram então 7:00 da manhã, no local combinado junto à Igreja de S. Miguel em Guimarães, estávamos prontos e animados para a partida. A essa hora já contávamos com o 1º contratempo, o Lambão esqueceu-se da sua máquina fotográfica em casa, pelo que teve de voltar a Braga para a ir buscar. Pinho sem máquina fotográfica é 1/3 de Pinho! Logo a seguir este artista, aliás o verdadeiro artista, atira-se para o chão na ciclovia perde o telemóvel e só dá por isso quase em Cepães (Fafe). Voltou para trás para o procurar, lá tivemos nós o 2º contratempo do dia. Não sei se foi por termos começado logo com esses dois contratempos, que nos fizeram, perder cerca de 1:30, mas o certo é que o resto do dia correu lindamente ... antes assim! A primeira paragem de reabastecimento ocorre logo em Fafe, sugestão do Lambão: "aqui comem-se uns croisants maravilhosos!".
E comem mesmo.
Aproveitou-se a pausa para efectuar umas afinações de última hora. Mal eu não ter feito o mesmo ... O trilho, entre Fafe e Moreira de Rei, com muita sombra. As diversas passagens mais técnicas tiveram, por prudência, ataques mais suaves que o habitual.
O singletrack quase a chegar ao mítico "terra-asfalto-terra". O estradão a caminho de Lagoa (Sra. das Neves). A caminho de Bucos. Uma paisagem fantástica. O Joelheiras indicava o caminho. Numa pequena ponte sobre a Ribeira de Peio, enfiei a roda num buraco e zás, estendi-me ao comprido. Na duríssima subida para Moinhos de Rei, em cada sombra uma paragem. Foi nesta altura que os meus músculos começaram a dar sinal, fiquei surpreendido porque além de cedo não é costume. Como tive de tomar medidas preventivas, como andar um pouco a pé, o Atinamen não hesitou e fez-me companhia ao longo da caminhada. Com muito calor, e quase duas horas de atraso face ao previsto, chegamos a Muscoso, para almoçar no famoso restaurante Nariz do Mundo. Estávamos exaustos e cheios de fome, mas o problema maior eram os mais de 200 bêbados que estavam a acabar de almoçar ... A comida, como sempre muita, estava muito boa (também como sempre), mas o barulho era ensurdecedor ... Como se vê nas nossas caras, a vontade era relaxar, mas isso foi praticamente impossível, entre gritos, concertinas e gajos arrastados pelo chão ... foi comer e andar. Definitivamente uma péssima escolha, este restaurante, as minhas desculpas. A paisagem à saída do Nariz do Mundo, contrastava com o ambiente do restaurante. Descemos cerca de 1 Km e paramos junto à Ribeira dos Piares para, aí sim, relaxar um pouco. E este foi o local escolhido. Esta era a paisagem a seguir à aldeia de Uz, local onde atingimos a altitude máxima, soberba! A primeira fase da descida dessa zona era demasiado dura, tipo pista de downhil. O Flecha na abordagem à zona difícil. Ao fundo essa mesma zona. Daqui para frente foi prego a fundo, é que descemos da cota 1040 para a 450 em menos de 8 kms, foi fantástico. Pelo meio o Pinho furou, aliás o único furo do dia. O arranque logo a seguir ao furo. Uma zona em que tivemos que descer as biclas à mão (o degrau era um pouco grande ...) ... Aqui dizia o Flecha: "larga, Augusto!", mas o homem não largou a sua novíssima ENDURO por nada ... Daqui depreendemos que o Joelheiras faz questão de ser exclusivo autor dos estragos na sua máquina, e não perde tempo ... (a avaliar pelo dia de estreia!) Momento alto do dia: uma ponte de arame sobre o Rio Beça. Era tipo filme de banda desenhada, mas na vida real, com direito a tábuas a partir e a caír no rio. O Pinho foi o primeiro. Acho que era para tirar fotografias noutra prespectiva. O Joelheiras foi a seguir. Enquanto o Atinamen fotografava eu, Cientista e o Flecha observavamos. A minha vez, confesso que não me senti muito seguro.
Todos passaram em "segurança".

Deste dia não há mais fotografias, mas também daqui para a frente foi subir, subir, subir, até Vilar onde chagamos às 21:30.
Jantamos e muito pouco depois já estavamos todos a dormir. Enquanto passava os dados do dia seguinte para o GPS o Atinamen adormeceu de tal forma que tive dúvidas se não tinha desmaiado!

DIA 2 - Domingo dia 21 de Junho À partida para o segundo dia, eramos claro os mesmos do primeiro: Cientista, Atinamen, Keitas, Flecha, Joelheiras e Lambão (esquerda para a direita). Eramos os mesmos, mas fisicamente não estavamos na mesma, que o diga o Joelheiras. Ainda na aldeia de Vilar, com as suas ruas muito típicas e muito "cagadas" ... Nem 1 km fizemos e o Joelheiras furou. Levantou-se a suspeita de sabotagem, mas eu continuo a acreditar na teoria da fraca qualidade do material ... eh!eh!eh! ... Nem fizemos outro km, mais um furo. Origem do problema era o pneu rascado lateralmente ... Reforçamos com um "securito", e não é que funcionou mesmo! O rasgo no frágil pneu specialist ... O Joelheiras no domingo era o uníco do team "sempreapedalar", estava orgulhosamente só. Numa pose algo dúvidosa ... Boticas lá em baixo. O início de uma descida fantástica, que teve quase para não ser feita.
Obrigado, Pinho. A seguir a Boticas, rolamos uns 7 kms nas margens do Rio Terva, e a paisagem era esta, tipo savana, muito bonita. Junto à barragem da Curralha, a pouco mais de 6 kms de Chaves, depois de uma descida um pouco técnica e muito divertida. O Lambão a fotografar o Atinamen. Chegados a Chaves, na agora toda reabilitada marginal, montamos tenda ... ... e toca a "morfar", já na companhia das respectivas famílias. O pic-nic estava delicioso, mas tenho de fazer uma especial referência à Alexandra, que nos presenteou com duas kitches divinais e uma bela sangria.
As "mines" estavam mais uma vez a estalar.
Aqui fica um muito obrigado a todas as cozinheiras que mais uma vez nos proporcionaram belos momentos de degustação e convivio.A criançada aproveitou para se divertir um pouco ... Carregamos as biclas, e regressamos a casa.

Tinhamos dois objectivos quando saimos de Guimarães:
1º era chegar a Chaves: cumprido.
2º era encontrar alcunha para o Paulo: cumprido também.

Um sucesso!


Pró ano haverá mais! Mas certamente com um primeiro dia mais curto ...